quarta-feira, 19 de novembro de 2014

História da Arte: A Arte Chinesa
  

Monólito com Sakyamuni e Prabutharatna    
   A China possui a mais antiga civilização continuada do mundo. Das artes do Extremo-Oriente, a chinesa é a única que nos permite recuar mais de um milhar de anos antes da Era Cristã. O país possui um imenso território (quase 10 milhões de Km2) e uma longa e rica história, mas as suas diversas regiões participaram de forma muito desigual na formação da sua arte. De todas as grandes civilizações mundiais, a chinesa é a menos documentada. Entretanto, face aos achados arqueológicos, é possível traçar um esboço, com bases científicas, das origens da civilização chinesa.
    Quase todos os sítios arqueológicos e todas as capitais das suas primeiras dinastias, se situam ao norte do Iansequião e parte da Mongólia Interior (anexada ao território chinês). A civilização chinesa se desenvolveu na vasta região cortada pelo Rio Amarelo (Huão-Hó). Nesta área os chineses mantinham contato frequente com os nômades da Mongólia e consequentemente com a misteriosa arte das estepes. Também ali vinham dar as estradas provenientes da Índia pelos oásis, o que derruba a teoria do isolamento permanente da China. Claro que, até o final da Idade Média, os desertos, montanhas e outros acidentes geográficos, sem falar nas diferenças políticas, eram uma barreira quase intransponível entre o Oriente e o Ocidente. Mas o isolamento continuou a ser rompido levemente pelas Rotas da Seda, embora sua comercialização fosse feita por uma corrente de intermediários que impedia maiores contatos com os chineses. A verdade é que no Sul houve um canal de comunicação ininterrupto com o Sudoeste asiático, que ficou imbuído da cultura chinesa.
Emergindo da fase neolítica, o primeiro Estado organizado que se conhece surgiu na China em torno de 1700 a.C., chamado de Xang ou Yin, mesmo nome da dinastia. A cultura deste estado evoluiu para a arte de trabalhar com bronze modelado que surpreende pela técnica apurada. Esta civilização é completamente nativa, descendente dos povos mongóis ou proto mongóis que antecederam os chineses. O reino de Xang ficava localizado na fértil planície do Rio Amarelo, era uma sociedade feudal com um rei todo poderoso que teria origem divina. Abaixo do rei ficavam diversas categorias militares e civis, os escribas representando um grupo especial. Foi exatamente a escrita ideográfica, da qual descendem os caracteres gráficos atuais, que diferenciava a cultura Yin das outras estão existentes. Até o ano de 1373 a.C. a capital de Xang era a cidade murada de Ao.
As mais remotas obras de arte da China são os notáveis vasos rituais de bronze da dinastia Xang. As peças foram moldadas em formas de barro, recebendo depois retoques com ferramentas. A ornamentação era geométrica, ou com temas de animais, ou figuras de monstros que tinham por finalidade espantar os maus espíritos. A arte Xang também apresenta imponentes esculturas de pedra e requintadas obras de entalhe em jade.
Entre os anos 1100 e 1000 a.C., o povo Chou, que habitava o lado oriental do reino Xang, aliou-se a "bárbaros" e se impôs na região. A nova dinastia adotou a superior cultura Xang, que já conheciam. Tal como seus antecessores, os senhores da Dinastia Chou concentravam suas forças em cidades muradas. Os seguidores do rei, instalados pelo país como vassalos feudais, difundiram sua cultura por um vasto território. A superioridade cultural da nobreza se fundamentava em um código conhecido como "os seis preceitos": música ritual, escrita, arte de calcular, de conduzir carruagens, arte da caça e da guerra.
No ano de 770 a.C. o reino Chou, que já enfrentava uma acirrada competição entre os magistrados, que apenas nominalmente dependiam da autoridade do rei, mudou a capital para o lado mais ocidental. Este deslocamento não trouxe benefícios, a instabilidade das fortunas nos Estados feudais fez aparecer uma nova classe social, chamada shih, conhecida como o "proletariado da nobreza". Faziam parte filósofos, políticos, conselheiros políticos, sábios e cavaleiros andantes. Esta casta teria em Confúcio (551-479 a.C.), seu mais importante representante. O filósofo criou um sistema de moral e de conduta que coloca em primeiro plano o esforço para cultivar o espírito da pessoa humana e estabelecer a harmonia. O novo sistema social que se formou também admitia, além dos considerados nobres, os membros vindos do povo.
A era dos Estados Belicosos (Xan-Kuo, 475-222 a.C.) foi a última fase do período Chou. Livres da autoridade do rei, os estados feudais tornaram-se muito competitivos, sem deixarem de promover a cultura. O aumento das relações comerciais entre os estados aumentou a importância da classe dos mercadores. Curiosamente os vasos rituais de bronze, que desapareceram nos meados do período Chou, reapareceu na época dos Estados Belicosos, apresentando uma ornamentação luxuosa com aplicação de ouro, prata e turquesa. À parte da civilização Chou, achados arqueológicos revelaram também o aparecimento de culturas regionais, principalmente no sul da China, nos vales dos rios Huai e Yang-tsé.
 

Caligrafia, a pintura e a poesia constituem as artes maiores da China e são consideradas como as genuínas vias de expressão do gênio artístico individual. Prova disso são os numerosos tratados que os chineses escreveram sobre estas matérias e a longa lista de nomes próprios que conhecemos. Apesar dos primeiros caracteres da escrita chinesa terem aparecido durante a Dinastia dos Shang, foi no período denominado dos Três Reinos e Seis Dinastias que se iniciou a verdadeira arte da caligrafia ou a arte de configurar de forma bonita, expressiva e elegante os caracteres da escrita. Esta mudança substancial em que a escrita deixou de ser um simples instrumento de transmissão de conteúdos para se transformar numa das formas de arte mais estimadas, foi propiciada por uma série de circunstâncias. A primeira foi o desenvolvimento nesta época de um círculo de letrados ou de funcionários cultos que souberam apreciar as possibilidades expressivas e as qualidades estéticas da escrita. A segunda foi a incorporação à arte da escrita dos que vinham a ser os quatro tesouros ou instrumentos básicos de caligrafia: o papel, o pincel, a tinta e o tinteiro. O papel, um dos legados chineses à humanidade, foi o suporte fundamental, juntamente com a seda, da caligrafia e o mais utilizado pelo seu maior grau de absorção da tinta, a sua textura especial e o seu baixo custo. Foi usado em diferentes formatos: rolo horizontal, rolo vertical, em forma de leque ou em forma de folha de álbum. A tinta, pigmento preto proveniente da existência de madeiras ou constituído por massa de fuligem vegetal moldava-se em forma de barra. Quando se queria utilizá-la, esfregava-se sobre urna pedra-tinteiro com um pouco de água, até conseguir diluir a tinta na quantidade e grau de concentração desejado. A sua aplicação no papel tinha de ser rápida, instantânea e segura, pois não era possível nenhum retoque, nem correção. Por fim, o pincel era formado por uma leve haste de bambu com uma cerda de pêlo de animal (cabra, coelho, marta, etc.), pontiaguda e mais avultada na parte superior, e podia ter uma grande variedade de formas e tamanhos.



Aluno: EROS
Créditos: http://artechina.blogspot.com.br/2008/03/formas-caligrafia-e-pintura.html
http://www.areliquia.com.br/artigos%20anteriores/61ArteCh.htm



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