
O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.
A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado
por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do
movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto
como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso
que o Início tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e
encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa é
percebida totalmente isentas de contradições.

O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais.
Salvador dali
É, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em
Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando. Nessa época teve
oportunidade de conhecer Lorca e Buñuel. Suas primeiras obras são influenciadas
pelo cubismo de Gris e pela pintura metafísica de Giorgio De Chirico.
Finalmente aderiu ao surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta. Em
1924 o pintor foi expulso da Academia e começou a se interessar pela
psicanálise de Freud, de grande importância ao longo de toda a sua obra. Sua
primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para sua carreira. Fez amizade
com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra de Tanguy e o maneirista
Arcimboldo. O filme O Cão Andaluz, que fez com Buñuel, data de 1929. Ele criou
o conceito de “paranóia critica“ para referir-se à atitude de quem recusa a
lógica que rege a vida comum das pessoas. Segundo ele, é preciso “contribuir
para o total descrédito da realidade”. No final dos anos 30 foi várias vezes
para a Itália a fim de estudar os grandes mestres. Instalou seu ateliê em Roma,
embora continuasse viajando. Depois de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez
uma viagem para a América, onde publicou sua biografia A Vida Secreta de
Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu definitivamente em Port Lligat
com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul Éluard. Desde 1970 até
sua morte dedicou-se ao desenho e à construção de seu museu. Além da pintura
ele desenvolveu esculturas e desenho de jóias e móveis.
René Magritte
Magritte nasceu em Lessines, Bélgica no dia 21 de Novembro de 1898,
filho caçula de Léopold Magritte. Em 1912, sua mãe cometeu suicídio por
afogamento no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe
foi retirado das àguas do rio.
Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, onde
estudou por dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu Georgette
Berger, com quem se casou em 1922.
Trabalhou em uma fábrica de papel de Parede, e foi designer de cartazes
e anúncios até 1926, quando um contrato com a Galerie la Centaure, na capital
belga, fez da pintura sua principal atividade. Nesse mesmo ano, Magritte
produziu sua primeira pintura surrealista, Le jockey perdu, tendo sua primeira
exposição apresentada no ano seguinte.
René Magritte praticava o surrealismo realista, ou “realismo mágico”.
Começou imitando a vanguarda, mas precisava realmente de uma linguagem mais
poética e viu-se influenciado pela pintura metafísica de Chirico.
Magritte tinha espírito travesso, e, em A queda, seus bizarros homens de
chapéu-coco despencam do céu absolutamente serenos, expressando algo da vida
como conhecemos. Sua arte, pintada com tal nitidez que parece muitíssimo
realista, caracteriza o amor surrealista aos paradoxos visuais: embora as
coisas possam dar a impressão de serem normais, existem anomalias por toda a
parte: A Queda tem uma estranha exatidão, e o surrealismo atrai justamente
porque explora nossa compreensão oculta da esquisitice terrena.
Mudou-se para Paris em 1927, onde começou a se envolver nas atividades
do grupo surrealista, tornando-se grande amigo dos poetas André Breton e Paul
Éluard e do pintor Marcel Duchamp.
Quando a Galerie la Centaure fechou e seu contrato encerrou, Magritte
retornou a Bruxelas. Permaneceu na cidade mesmo durante a ocupação alemã, na
Segunda Guerra Mundial.
Seu trabalho foi exposto em 1936 na cidade de Nova York, Estados Unidos,
e em mais duas exposições retrospectivas nessa mesma cidade, uma no Museu de
Arte Moderna, em 1965, e outra no Metropolitan Museum of Art, em 1992.
Estes
artistas tentaram produzir novas sensações pela colocação de imagens
fantásticas e irreais em seus quadros. Como resultado obtinham pinturas
misteriosas que pareciam não ter explicação lógica.
Joan
Miró

Iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona.
Em 1912 entrou para a escola de arte de Francisco Gali, onde conheceu a obra
dos impressionistas e fauvistas franceses. Nessa época, fez amizade com Picabia
e pouco depois com Picasso e seus amigos cubistas, em cujo grupo militou
durante algum tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris (embora no verão
voltasse para Montroig), onde se formara um grupo de amigos pintores, entre os
quais estavam Masson, Leiris, Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La
masía, obra fundamental em seu desenvolvimento estilístico posterior e na qual
Miró demonstrou uma grande precisão gráfica. A partir daí sua pintura mudou
radicalmente. Breton falava dela como o máximo do surrealismo e se permitiu
destacar o artista como um dos grandes gênios solitários do século XX e da
história da arte. A famosa magia de Miró se manifesta nessas telas de traços
nítidos e formas sinceras na aparência, mas difíceis de serem elucidadas,
embora se apresentem de forma amistosa ao observador. Miró também se dedicou à
cerâmica e à escultura, nas quais extravasou suas inquietações pictóricas.
Referências:
Excelente!
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